O presidente da AFE, Luis Rubiales, confirmou para toda a imprensa que haverá greve nas duas primeiras rodadas da Liga Espanhola BBVA 2011/12. Foto: reprodução www.futbolbalear.es

O presidente da Associação de Futebolistas da Espanha (AFE), Luis Manuel Rubiales, anunciou na manhã desta quinta-feira: “A Liga Espanhola não começará até que se assine um novo convênio coletivo entre a Liga de Futebol Profissional (LFP) e os jogadores”. E confirmou: “A AFE y todos os futebolistas da Primeira e Segunda Divisão tomamos a decisão responsável, firme e unânime de convocar uma greve nas duas primeras rodadas da Liga Espanhola”. Apesar de tudo, deixou aberta a possibilidade de negociar: “A medida não significa que deixaremos de dialogar”.

A iniciativa dos atletas podem causar um sério colapso no estrito calendário do futebol da Espanha, que provocaria muitas perdas financeiras, entre outras. O assunto preocupa a LFP, já que o anúncio da greve foi contundente e ficou claro que não era um blefe. Jogadores de peso como os craques da Seleção Espanhola, Iker Casillas, Carles Puyol, Xabi Alonso, Fernando Llorente, Javi Martínez e Santi Cazorla estiveram presentes para mostrar que apoiam a decisão de Luis Rubiales. Além deles, também compareceram diversos presidentes de associações de jogadores de outros países, inclusive o do sindicato mundial (FIFPro), Leo Grosso.

As posturas da LFP e da AFE se distanciaram definitivamente na última semana depois que a Liga aprovasse um fundo de garantia para cobrir as dívidas salariais dos clubes, algo que o sindicato de jogadores considera insuficiente. Rubiales denuncia que o acordo é “unilateral” e não serve “nem para cobrir as dívidas deste ano, muito menos as que apareçam no futuro”.

O acordo dita que a partir da temporada 2011/12 até a 2014/15, os clubes da Primeira Divisão contarão com seis milhões (240 mil euros por jogador). Já os de Segunda, terão três milhões (120 mil por atleta). Entretanto, a AFE denuncia que só no ano passado foi criada uma dívida de 40 milhões de euros – aproximadamente R$ 104 milhões.

A Liga das Estrelas pode ter seu calendário seriamente afetado nesta temporada. O tema preocupa a Liga de Futebol Professional (LFP).

“Não queremos somente medidas paliativas. Nossa proposta, tal como existe na Iglaterra, Alemanha ou Holanda, é para que existam medidas preventivas. Nesses países, o clube que não tem condições de pagar, não compete. Pedimos que qualquer jogador que tenha três salários atrasados possa romper seu contrato e parecia que tínhamos chegado a um acordo, mas não foi bem assim”, denunciou o ex-capitão do Levante UD e atual presidente da AFE, Luis Rubiales.

Na opinião da AFE, este acordo “unilateral” da LFP não tem nada a ver com o que foi tratado na mesa de negociações e limita de manera importante as garantias do convênio anterior, apesar de ter que enfrentar problemas mais graves ao menos na temporada 2010/11. A LFP discorda das palavras de Rubiales e esta guerra parece que está longe de terminar, o que pode gerar  sérias consequências.