Alexandre Pato marcou um golaço diante do Barcelona com apenas 23 segundos de jogo e fez a festa no estádio Camp Nou. O namoro com a filha do Berlusconi parece estar fazendo bem ao atacante brasileiro. Foto: Manu Fernandez AP/AE.

Qualquer um sabia que seria um jogão. Também não precisava ser vidente para adivinhar. De um lado estava o atual campeão da Champions League e melhor time do mundo começando a sua odisséia para revalidar o título continental. Do outro, o AC Milan, detentor de nada menos que sete títulos da máxima competição de clubes do planeta. Era apenas a estréia de ambas as equipes pelo Grupo H, mas pelo peso e tradição dos clubes em questão, parecia uma final de campeonato.

Em ocasiões como essa, mesmo trabalhando (como en mi caso), o melhor é comprar a pipoca tamanho G e disfrutar do espetáculo. Um clássico europeu onde até piscar é arriscado. Alexandre Pato, do Milan, é a prova disso. O torcedor ainda se ajeitava nas poltronas do estádio Camp Nou, quando o árbitro inglês Martin Atkinson deu início ao jogo. 23 segundos depois, o atacante brasileiro abria o placar a favor dos italianos com uma arrancada ao melhor estilo Ronaldo Fenômeno (foi o 4º gol mais rápido da história da Champions). Os que estavam comprando refrigerante nem viram.

O Barça não sentiu o golpe. Sacudiu a poeira e minutos depois já se dedicava a fazer o que melhor sabe: jogar futebol. Messi, Xavi, Iniesta e Cia. começaram com o seu ritual de toques mágicos, envolventes e as oportunidades surgiam sucessivamente. Até que o melhor jogador do mundo decidiu que era hora de fazer algo. Messi arrancou da entrada da área, passou por três zagueiros na corrida e tirou da cartola uma assistência sensacional e inesperada que deixou Pedro Rodríguez com a simples tarefa de empurrar a bola para o fundo das redes. Aplausos para o argentino, autor intelectual do gol de empate.

Villa celebra outro lindo gol com a camisa do Barcelona, mas desta vez não foi suficiente para assegurar outra vitória ao clube catalão. Foto: Daniel Ochoa de Olza AP/AE

Com o marcador igualado, veio a tranquilidade. Com ela, o eterno domínio sobre o rival, não importa quem seja (o Barça acabou a partida com um 69% de posse de bola). E assim não tem como parar o clube catalão. Na volta do intervalo, falta na frontal da área do Milan. David Villa cobrou magistralmente e a bola fez uma trajetória similar ao daquele chute dele contra o Manchester United, na final da última Champions League, em Wembley. Só que desta vez entrou no outro ângulo. Uma obra-prima.

O Barça virou o placar, mas não soube finalizar o trabalho. Os pupilos de Pep Guardiola desperdiçaram inúmeras oportunidades e no futebol existe um ditado que não falha: “quem não faz, toma”. O castigo veio nos acréscimos. A valentia do Milan foi recompensada com um gol de cabeça do zagueiro Thiago Silva após um escanteio. No final, festa italiana no Camp Nou. Só que com ritmo de samba.