Ao menos no Chelsea, Terry deverá seguir como capitão, segundo o técnico Carlo Ancelotti. Foto: Divulgação

O inglês John Terry (Londres, 1980) é o novo astro do esporte a estar exposto ao júri popular. O capitão do Chelsea foi protagonista de um caso que fez a alegria dos tablóides ingleses e repercutiu por toda Europa. O zagueiro ´blue´ teve um affair ´extra-conjugal´ com a modelo francesa Vanessa Perroncel e como agravante, a moça era mulher na época do seu até então amigo e companheiro de seleção, Wayne Bridge, atualmente no Manchester City.

O assunto, de momento lhe rendeu o posto de capitão da seleção inglesa e ninguém sabe o que mais pode passar. O treinador da Inglaterra Fabio Capello não deu explicações plausíveis sobre a decisão de destituir Terry da capitania inglesa.  Já o técnico do Chelsea, Carlos Ancelotti, foi, digamos, o outro lado da moeda ao afirmar que o lado profissional de Terry é o que interessa para ele.

A hipocrisia tomou as rédeas da situação. Os tablóides se deliciam crucificando Terry.  A torcida do Chelsea o defende dizendo: “que atire a primeira pedra quem tenha a consciência tranquila”. Um show ao melhor estilo Tiger Woods que dividiu a sociedade inglesa, especializada entre muitas outras coisas, em análises da vida alheia. Um turbilhão de opiniões e debates sem sentido de um tema que não tem relevância alguma para a vida de ninguém, salvo a dos envolvidos.

É certo que Terry tem um longo histórico de escándalos, mas também se sabe que ´la Belle de Jour´ se envolveu com outros jogadores do Chelsea durante a sua relação com Wayne Bridge. E agora, com o Caso Terry está oferecendo os detalhes do affair para o meio que faça a melhor oferta. Então, de que lado está a moral nesse caso? Pelos fatos, parece até que os pombinhos foram feitos um para o outro.

Terry está no ´olho do furacão´na Inglaterra

Quando o assunto é a perda do posto de capitão da seleção inglesa a razão principal seria o fato de que um líder desse calibre deve ser um símbolo que transmite valores dignos e representativos dentro de uma sociedade. E isso inclui o respeito ao próximo, um valor humano conhecido desde as tábuas de Moisés.  Aí é onde Terry teria falhado e por isso merece ser punido,  segundo os ´especialistas´. Mas para que serve tudo isso?

O problema é a absurda repercussão de um tema tão irrelevante, com a Europa em plena crise e o próprio futebol com prioridades mais urgentes, como a violência. A fofoca dá audiência e por isso a cada dia os tablóides são mais lidos e a TV cria sem parar novos e ridículos ´Reality Shows´. A cultura da desinformação faz cada dia mais estragos e o esporte há tempos é alvo desse ´mal´.

Imagine se cada trabalhador (a) – e isso vale para qualquer profissão – que tenha cometido algum pecado carnal fosse destituido do seu posto de trabalho e virasse noticia. Provavelmente haveriam muito mais desempregados e faltaria espaço nos jornais.

E se um capitão de uma seleção de futebol tem que dar exemplo, o que dizer de um chefe-de-estado como o nosso querido Bill Clinton e sua estagiária? Sem contar as festinhas italianas promovidas por Il Cavaliere. Nessa linha, Terry acabaria presidente. Portanto, que cada um cuide da sua vida.