Os jogadores do Borussia celebram a goleada por 4 a 0 sobre o Schalke 04 com as arquibancadas do Signal Iduna Park completamente vazias.
Os jogadores do Borussia Dortmund celebram a goleada por 4 a 0 sobre o Schalke 04 no regresso da Bundesliga com as arquibancadas do Signal Iduna Park completamente vazias / Martin Meissner – AP/AE

O futebol enfrenta o maior desafio da sua existência. A pandemia causada pela Covid-19 mudou não só o esporte, mas a vida de um modo geral em apenas poucos meses.

A questão é: Sem uma vacina ou tratamento adequado, vale a pena que os atletas arrisquem sua saúde por algo que pode ser considerado irrelevante nesses momentos?

A resposta para essa pergunta muda de acordo com o país. Na Europa, França, Holanda e Bélgica já mostraram o que pensam quando decidiram encerrar os seus campeonatos, mesmo com os problemas legais que isso possa acarretar.

Entretanto, países como Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha preferem terminar seus campeonatos mesmo sem torcidas nas arquibancadas e colocando à prova a saúde dos atletas. Mesmo com todas as medidas de proteção adotadas, todos sabem que o risco existe e a maioria dos jogadores acompanham a situação com receio.

A Alemanha inclusive já iniciou a retomada da Bundesliga no último fim de semana e está servindo como referência para as outras ligas, que estão buscando a melhor data para recomeçar.

E tudo por razões financeiras. O futebol é um esporte milionário, com muitos interesses envolvidos e a sua pausa, mesmo que por um curto período, pode gerar prejuízos milionários aos clubes e entidades esportivas. Então, para alguns, salvar as contas é o mais importante.

Mas não existe consenso entre os países da UEFA. Na Áustria, por exemplo, caso um jogador teste positivo para a Covid-19, toda a equipe deverá entrar em quarentena. E como ficaria a tabela? O mesmo caso na Espanha, que teve cinco casos confirmados antes do regresso aos treinos, seria resolvido isolando apenas o atleta infectado.

A situação de colapso econômico atual é parecida a que o planeta viveu durante as duas guerras mundiais. Mas em ambas as ocasiões, por razões óbvias, ninguém cogitou jogar futebol entre bombas. Mas agora acham viável disputar jogos com um vírus mortal à solta.

Uma espécie de encruzilhada na qual as consequências da escolhas tomadas são imprevisíveis. O futuro é uma incógnita. Estamos no primeiro capítulo de um livro cujo final é desconhecido.

Mas para que essa história tenha mais chances de terminar bem, o mais sensato seria priorizar a saúde de todos e organizar a volta ao novo normal apenas em plena segurança. Atualmente, temos os dois exemplos. Resta esperar para ver qual foi o mais acertado.