Uma lenda chamada Messi

Pois é, ele conseguiu de novo. Com apenas 28 anos, Leo Messi conquistou a sua quinta Bola de Ouro na última segunda-feira e se tornou o único na história do futebol a ser eleito oficialmente cinco vezes o melhor jogador do mundo. Na verdade, não foi nenhuma surpresa. E não será se ele voltar a ganhar mais algumas nos próximos anos.

Por mais que alguns insistam de foram cansativa e até ridícula, o craque argentino é um jogador único e sem comparações no futebol atual. Isso desde o primeiro dia que pisou em um gramado. Tive a oportunidade de vê-lo quando ainda atuava nas categorias de base do Barça, a sua primeira partida como profissional, o seu primeiro gol e também o último. Não me contaram, vi tudo ‘in situ’. E cansei de sair impressionado de um estádio após ver Messi jogar. Hoje, já perdi as contas de quando vezes isso ocorreu. Aliás, nem conto mais. Só agradeço pelo privilégio.

Uma trajetória goleadora que teve início com uma assistência de outro gênio, Ronaldinho Gaúcho. Um craque que serviu de inspiração para o argentino, como ele mesmo reconheceu em inúmeras ocasiões. Um presente do destino. Entretanto, só isso não era suficiente. Era preciso talento. E o argentino mostrou nos últimos 11 anos que ninguém tem mais do que ele. Messi já superou a linha do bem e do mal, do melhor e do pior. Está acima de tudo e de todos. Doa a quem doer.

MELHOR DA HISTÓRIA? 

Se é o maior da história ou não, não sou eu quem vai dizer. O tempo dirá. Mas muito menos alguns jornalistas que insistem em fazer comparações absurdas com Pelé e Maradona, entre outros. Sempre com argumentos vazios, subjetivos, muitos deles amparados por um patriotismo medíocre que lhes impede ver um palmo diante do nariz no momento de fazer uma análise coerente sobre qualquer coisa.

O argumento é o mesmo de sempre: não ganhou nada com a seleção argentina. Pelé, por exemplo ganhou três Copas. Em duas delas, tinha Garrincha ao lado dele – que aliás foi quem ganhou em 62 – e outros jogadores do mais alto nível do futebol mundial naquela época. Aliás, uma época na qual se amarrava cachorro com linguiça. Não tinha como dar errado. Sem tirar o mérito do Rei de Futebol, que fez por merecer o título de ‘Majestade’.

Mas Messi só experimentou isso no Barcelona. Poderia ter aceito a nacionalidade espanhola e ser o líder de uma geração que ganhou duas Eurocopas e um Mundial de forma consecutiva. E aí, o que diriam os ‘especialistas’? Talvez, que fosse um vendido, um traidor. Foi mais longe. Fez o futebol moderno saber o que é ‘amarrar cachorro com linguiça’. Tratou times grandes e pequenos da mesma forma e aplicou goleadas históricas dignas de outros tempos em todos eles. Sempre como protagonista.

O ‘problema’ foi que Messi decidiu ser fiel às suas origens e essa foi sua única jogada que não deu certo. Escolheu seguir seu coração e a pátria que lhe viu nascer…e que nunca lhe deu carinho. Sempre remando contra a maré, conseguiu que uma geração sem brilho conquistasse medalhas de ouro olímpicas e voltasse a ter a possibilidade de estar no topo do futebol mundial. Infelizmente, para ele, ainda não venceu uma Copa. Mas claro, a culpa é dele. Afinal, futebol é um esporte individual, não?

HOMEM RECORDE

Maior artilheiro da história do Barcelona, do Campeonato Espanhol, na luta pela artilharia histórica da Liga dos Campeões e muito próximo de ser o maior artilheiro da história da seleção argentina. Artilheiro histórico do maior clássico do mundo (Barça x Madrid), Messi quebrou na última década recordes que duravam mais de 80 anos.

Já são nove temporadas entre os três melhores do mundo. Ou seja, toda a sua carreira no topo. Precisaria de um livro do tamanho da bíblia para explicar todos os feitos que conseguiu, sempre com a humildade como marca registrada. Por tudo isso, que os detratores aceitem que estão diante de um Mozart, de um Einstein, de Jordan, de um Senna, de uma versão argentina de Pelé e Garrincha e sejam felizes.

E que aproveitem o fato de estar vivendo na mesma época de um dos maiores gênios de todos os tempos para desfrutar com um artista único, que faz do futebol um meio para levar alegria, criatividade, talento e respeito aos admiradores do futebol de todo o planeta. Que aceitem que ele não é ‘Rei’, nem ‘D10S’. É, simplesmente, o melhor jogador do mundo.

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