Dirceu, campeão paranaense 2014.
Dirceu, com a taça de campeão paranaense de 2014 / Facebook Dirceu

De Londrina para a Ilha da Madeira. Essa foi a ponte aérea feita por Dirceu Wiggers no último mercado de transferências do futebol europeu. O melhor zagueiro do campeonato paranaense nos últimos três anos (eleito o craque da galera em 2015) conseguiu realizar o sonho de atuar no Velho Continente ao ser contratado pelo Marítimo, um dos clubes mais tradicionais de Portugal.

Após pouco mais de três meses atuando no campeonato português, Dirceu atendeu a reportagem do LD Sport News para falar sobre essa sua nova etapa na carreira. “Fui muito feliz no Londrina EC, gosto muito do clube e tenho bons amigos na cidade, mas precisava de um novo desafio”, afirmou.

Não é para menos. Era o capitão do Londrina e foi um dos grandes protagonistas na conquista do título estadual de 2014, um troféu que o clube não ganhava desde 1992. Jogou 81 partidas e marcou nove gols. Um desempenho que lhe rendeu o apelido de ‘Xerife’ na cidade do norte do Paraná.

FÁCIL ADAPTAÇÃO

Nascido em Ibaiti (PR), Dirceu se formou nas categorias de base do Coritiba FC, clube no qual estreou como profissional. Depois disso, teve passagens pelo Botafogo (SP), Avaí, Nova Iguaçu, América (MG), Paysandu e Londrina. Agora, aos 27 anos, tem a oportunidade de disputar pela primeira vez uma liga europeia.

Dirceu, com sua esposa Andressa, em Funchal.
Dirceu, com sua esposa Andressa, em Funchal.

Logo na estreia pelo Marítimo, marcou o gol de empate em 1 a 1 contra o Rennes, na França. “Foi uma boa estreia, serviu para dar confiança”, comentou. Sobre a adaptação no futebol português, afirmou que foi tranquila e a grande diferença por enquanto é a relação com a torcida.

“É diferente. No Londrina eu tinha um papel de protagonista e uma boa conexão com a torcida. Aqui sou um desconhecido e ainda terei que trabalhar muito para conquistar o respeito do torcedor, que é exigente”. Entretanto, com relação aos outros aspectos, revelou sentir-se em casa.

“O idioma é o mesmo, a comida é boa, as pessoas são agradáveis e a estrutura do clube é boa não só para o jogador, mas também para a família”, destacou. “Além disso, a Ilha da Madeira é um lugar muito bonito”, revelou o zagueiro, que vive na capital Funchal com a esposa Andressa e a filha Malu.

UM NOVO DESAFIO

Dirceu Wiggers sabe que ser ídolo em uma cidade que tem Cristiano Ronaldo como um dos seus personagens mais ilustres não será tarefa fácil. Entretanto, o zagueiro confia no seu talento e experiência para se destacar no futebol português. “Quero retribuir a confiança do Marítimo. Com esforço e dedicação tenho certeza que posso fazer um bom trabalho aqui”.

Ao ser questionado sobre se a fama do astro do Real Madrid é algo realmente onipresente na ilha, explicou: “Não é essa loucura que todos imaginam. Mas tem uma parte que sim, onde está o museu dele”.

A carreira de Dirceu também é marcada por uma curiosidade. Ele já teve a chance de atuar na Europa em 2013, mas a oportunidade não deu certo por um motivo inusitado. “Fui para a Ucrânia e pouco antes de assinar o contrato com um clube de lá começou uma guerra no país. Cheguei a estar a 800 metros da zona de conflito e tudo o que eu queria era sair de lá com minha família. Graças a Deus conseguimos voltar para casa”.