Felipão ainda não venceu após o seu regresso ao comando da Seleção Brasileira. Foto: Lefteris Pitarakis AP/AE

Dificuldades para dar mais de três passes consecutivos. Saída ao ataque sem direção, nem sentido. Falhas no posicionamento defensivo e uma organização tática que resulta pouco eficiente. Qualquer um pensaria que se trata de uma análise sobre o estilo de jogo da Tanzânia, mas infelizmente esse é o triste retrato da Seleção Brasileira.

O empate em 1 a 1 contra a Rússia na última segunda-feira, em Londres, foi o mais recente capítulo de uma triste realidade que vive agora o antes conhecido como ´país do futebol´. Uma atuação para ser esquecida, sepultada na memória e que dá vergonha alheia para qualquer amante da história do futebol brasileiro.

O Brasil segue sem ganhar sob o comando do técnico Felipão. Foram três jogos até o momento com dois empates e uma derrota. Mas esse é o menor dos problemas. O time segue sem recuperar sua identidade e, principalmente, aquele poder intimidatório que fazia o adversário tremer quando via a camisa canarinha.

Há algum tempo perderam o respeito pelo futebol praticado pela Seleção Brasileira. E muitos seguem sem ver que hoje não temos capacidade de ganhar fácil nem das Ilhas Fiji. Mantém a arrogante postura de que temos o melhor futebol e que ainda se pode ganhar dependendo somente do talento, do ´lampejo´ de um craque cada dia mais ausente no Brasil.

O futebol brasileiro ainda conta com jogadores de qualidade. Prova disso é o grande número de atletas espalhados pelos melhores clubes do mundo e o constante interesse desses mesmos clubes em jogadores que atuam no Brasil. Mas quando o assunto é a Seleção Brasileira, a coisa é mais séria.

É necessário uma reforma estrutural urgente. Rever alguns conceitos e buscar soluções em exemplos que estão dando certo para recuperar a força dentro de alguns anos. O Brasil foi referência mundial de jogo individual e coletivo durante muito tempo. Não é mais. Só que não é possível esquecer o caminho de um dia ao outro.

O técnico Luiz Felipe Scolari é o encarregado de encontrar uma solução imediata para o problema. Sem falar no agravante de jogar uma Copa do Mundo no Brasil dentro de pouco mais de um ano com todo o peso histórico do ´Maracanazo´ de 1950.

Felipão sabe muito do assunto e seu currículo de vitórias dispensa comentários. Todos esperam que ele tenha a noção exata da responsabilidade que tem nas mãos e que possa reverter essa dura realidade. Porque agora mesmo a única coisa que faz o torcedor brasileiro ser otimista é saber que pior do que está, é impossível ficar.