18/11/2010 0 Por Bárbara Hofmeyr * O meia do Real Madri Mezut Özil com a camisa da Seleção da Alemanha. Foto: imago/contrast Nunca saberemos se Mezut Özil e Ibrahim Afellay seriam contratados pelo Real Madri e pelo Barcelona se os pais deles não tivessem emigrado y eles tivessem nascido na Turquia e no Marrocos, respectivamente. Özil aterrizou no Bernabéu no verão passado como alemão, enquanto Afellay chegará ao Camp Nou no próximo mês de janeiro como holandês. Mesut nasceu em Gelsenkirchen e ´Ibi´, em Utrecht, para dar o salto até a Liga das Estrelas oriundos de um Werder Bremen – onde Özil conquistou o apelido de Messi – e de um PSV Eindhoven no qual Afellay levará até dezembro o bracelete de capitão e onde é considerado o melhor jogador do elenco. Os dois são meias ofensivos e constituem um novo protótipo de jogador, nascidos na União Européia (UE) como filhos de pais extranjeiros e que não defendem as cores do país de origem. ´Ibi´ tem passaporte de Marrocos, mas preferiu atuar pela Seleção Holandesa em detrimento dos ´Leões do Atlas´, enquanto Mezut disse ´não´ ao time nacional turco para exibir sua qualidade no ´Mannschaft´. O craque do PSV Ibrahim Afellay é descendente de marroquinos, mas joga pela Seleçãao Holandesa. Foto: www.psv.nl Agora, além dos extra-comunitários, formados nas categorias de base, nacionalizados ou naturalizados existe outra classe de jogador, da que Özil e Afellay são o melhor exemplo. Jogadores que ao nascer e crescer no primeiro-mundo do futebol puderam chegar ao patamar mais alto apesar de que suas raízes estão em um mundo inferior com relação à possibilidades e instalações. É duro, mas real. Talvez Mezut nunca houvesse vestido a camisa merengue nem Ibrahim o uniforme azul-grená se tivessem nascidos e crescidos na Turquia e no Magreb. Na realidade, um turco e um marroquino assinaram contratos pelas super-potências da Espanha, apesar de que no documento saiam como ´alemão´ e ´holandês´. O denominado ´esporte-rei´ sempre foi um importante motor social e agora volta a refletir uma cisrcunstância que apesar de ser uma novidade é ao mesmo tempo um sinal da mais absoluta normalidade global. * Bárbara Hofmeyr é jornalista. Trabalha no renomado diário de esportes ´Mundo Deportivo´, de Barcelona, onde iniciou sua trajetória em 1984. É colaboradora de diversos jornais internacionais e do Blog LD Sport News.