Quando Messi passou a lado de Mourinho no clássico, o português fez um gesto como se algo cheirasse mal. Logo, ficou olhando com desprezo para o craque argentino. Foto: Andres Kudacki AP/AE

“José não pede perdão. Tem muito claro que está defendendo o Real Madri. Não lhe importa o que a imprensa diz, só lhe importa o que pensa a torcida do Real Madri”. Essa é a postura de José Mourinho depois de meter o dedo no olho de Tito Vilanova (auxiliar-técnico de Pep Guardiola no FC Barcelona), segundo as declarações que o seu porta-voz e amigo, Eladio Paramés, realizou no último domingo.

Justo num momento em que ambos os clubes pareciam iniciar um processo de paz, essas palavras de discórdia voltaram a botar lenha numa fogueira acesa no último clássico entre o maiores rivais do futebol espanhol, válido pela Supercopa da Espanha. Foi o assunto da semana e a surpreendente declaração de Paramés causou vergonha alheia até na torcida do Real Madri.

Mourinho cruzou todos os limites do aceitável com a agressão traiçoeira que deu a volta ao mundo e fez cair a máscara de um personagem com um histórico de escândalos digno de uma menção honrosa no Guiness Book. Uma personalidade narcisista sem escrúpulos que abriu um precedente perigoso para o futuro do ´fair play´ no futebol europeu.

O FC Barcelona decidiu não denunciar José Mourinho porque pensa que ele conseguiu se prejudicar sozinho, ou seja, não precisa mais. Além disso, também espera que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias e sancionem de forma contundente o técnico português. Algo que pouca gente crê que se confirme. É só olhar para trás e ver que Mourinho sempre conseguiu se livrar de um castigo exemplar após seus inúmeros delírios. Um técnico especializado – entre outras coisas – em criar teorias da conspiração para justificar seus fracassos.

Só que agora ele mostrou que a sua famigerada falta de educação deixou de lado a rivalidade profissional e partiu para um ataque pessoal. Se não for punido, deixará a sensação de que tudo está permitido, até dedo no olho. Todos esperavam ao menos uma mostra de arrependimento, mas o próprio Mourinho deixou claro que isso está fora de cogitação.

O mais recente espetáculo surrealista montado pelo treinador merengue é um fato que criou uma atmosfera hostil e desagradável contra o próprio Real Madri, o maior prejudicado com tudo isso (Veja aqui uma reportagem com detalhes da agressão de Mourinho). O problema está no ar e todos sabem quem é o culpado. Resta saber como pretendem tratar a questão. A única certeza é que o teatro de Mourinho já perdeu a graça há muito tempo.