Guardiola, desolado no camp Nou - Manu Fernandez AP/AE
Pep Guardiola viveu um amargo regresso ao Camp Nou – Manu Fernandez AP/AE

Todos aguardavam ansiosamente o dia do retorno de Pep Guardiola ao Camp Nou. O regresso do filho pródigo, do técnico mais vitorioso da história do FC Barcelona, era a pauta guardada em todas as gavetas das redações de jornais, revistas e qualquer outro meio ou jornalista esportivo que se preze.

E assim foi. O técnico recebeu toda a atenção e reconhecimento da mídia na véspera do jogo, mas nem nos seus piores pesadelos imaginou que teria um regresso tão amargo.

Antes da partida, comentou: “É um jogo importante, quero vencer. Não estou aqui para receber homenagens”. Também declarou: “Messi, no atual momento que está, é imparável”. Afirmações que lhe renderam outro apelido no vasto repertório recebido durante sua brilhante carreira: o ‘Profeta’, decretado em audiência pública no Camp Nou.

Os mais de 95 mil torcedores presentes no estádio culé contra o Bayern de Munique não lhe dedicaram nenhum momento de reverência. Pelo contrário, gritaram pelo nome de Luis Enrique. Talvez pelo fato de Guardiola ser o cérebro do adversário culé em um momento tão importante. Talvez. Sobre Messi, foram palavras de quem sabia melhor do que ninguém o que estava dizendo.

FRANKENSTEIN

Todos conhecem a história de Frankenstein, a criatura que se voltou contra o seu criador. Guardiola soube otimizar os recursos de Messi melhor do que ninguém e lhe transformou em uma criatura temida (no bom sentido, claro) no futebol mundial. Juntos, chegaram ao Olimpo. Por isso, ninguém melhor que ele para dizer o que disse. O problema foi o momento escolhido, o que gerou muitas interpretações negativas.

Messi, no momento do segundo gol contra o Bayern - Emilio Morenatti AP/AE
Messi, no momento do segundo gol contra o Bayern – Emilio Morenatti AP/AE

Ainda mais depois que o ‘pequeno Frankenstein’ se voltasse contra ele de forma cruel, fazendo Boateng girar sobre o próprio eixo e cair ‘desconectado’ antes de tocar suavemente a bola na saída de Neuer. Pagaram o pato pela final da Copa do Mundo. Fez dois gols e ainda deu mais uma assistência para Neymar na temporada, deixando o planeta boquiaberto pela bilionésima vez na última década.

Realmente, imparável. Como as críticas recebidas por Guardiola nesses dias da imprensa espanhola, alemã, de Beckenbauer e até de Müller – que não gostou nada de ser substituído por Götze – pela estratégia utilizada. O técnico catalão pode até ter conquistado o seu tesouro mais admirado, a posse de bola. Fez o Barça perder pela segunda vez em seis anos nesse quesito.

Entretanto, levou para Munique três gols, muita dor de cabeça e uma lembrança inesquecível da sua primeira visita ao Camp Nou após a saída do clube. Quem sabe da próxima vez, sem futebol e Messi pelo meio, a recepção da torcida seja como deveria ter sido.


LUCAS DUARTE

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