O brasileiro Ramires mostrou o caminho de Munique ao Chelsea com um golaço no Camp Nou. Foto: Felice Calabro AP/AE

O Chelsea voltou a demonstrar ao mundo o quanto o futebol pode ser um esporte ingrato e caprichoso. Mostrou que não importa um equipe dominar a posse de bola, o controle das ações do jogo, buscar jogar sempre de forma ofensiva e criar um estilo único de fazer futebol. Tudo isso não importa. O que vale é montar um medíocre esquema defensivo e destruir até a exaustão. Porque no futebol – como na vida – destruir sempre é mais fácil. Criar já é uma tarefa para poucos.

Em 2009, o time inglês sofreu um duro castigo pela sua estratégia. Já nas semifinais desse ano, acabou premiado. O Chelsea aguentou a pressão do Barça na última terça-feira, no estádio Camp Nou, em Barcelona e conquistou um heróico empate em 2 a 2. O resultado garantiu os ´Blues´ na final da Champions League 2011/12, contrariando todos os prognósticos esportivos e castigando os admiradores do ´jogo bonito´.

O Barça bem que tentou, mas acabou perdendo para si mesmo. A falta de pontaria nas finalizações foram fundamentais para que o clube catalão perdesse os dois títulos mais importantes da temporada em apenas três dias. O clube abriu 2 a 0 no placar ainda no primeiro tempo, através de Busquets e Iniesta. O zagueiro Terry, do Chelsea, acabou expulso por agressão e o Barcelona tinha o caminho livre.

O problema foi que uma distração – a mesma falha ocorrida contra o Real Madri – após o segundo gol permitiu ao brasileiro Ramires (um dos melhores do jogo, diga-se de passagem) diminuir a vantagem para 2 a 1 e colocar o Chelsea outra vez na final. Tudo isso ainda no primeiro tempo. Já na segunda parte viria o lance crucial da partida. Pênalti a favor do Barcelona. Messi é o responsável pela cobrança. Se marca, o Barça volta a estar na final de Munique. O craque argentino corre, chuta e….falha.

Guardiola vive seu pior momento como técnico do FC Barcelona. Foto: Dan Rowley (AE)

Ainda sobrava tempo, mas o que se viu até o final foi o típico ´ataque contra defesa´ que o Barça proporciona contra todos os seus rivais. Ao não conseguir marcar, sofreu o golpe de misericórdia. O atacante espanhol Fernando Torres, que tantas vezes vi marcar no Camp Nou com a camisa do Atlético de Madri voltou a lembrar o caminho do gol e empatou o jogo. E fim de papo.

Os ingleses estarão em Munique. Já o Barça vive o pior momento desde que Pep Guardiola assumiu o comando do clube, há quatro anos. Tudo por culpa de duas distrações inoportunas que fazem lembrar o fim da ´Era Ronaldinho´, na temporada 2006/07. Só que naquela época, o clube estava decadente. Dessa vez, está claro que esses jogadores ainda têm anos de futebol para oferecer aos que gostam do futebol bem jogado. Para os outros, sempre restarão times como o Chelsea.