Crônica de una liga anunciada

Temporada 2004/2005. O FC Barcelona vai ao estádio Cidade de Valência, em busca de um empate contra o Levante para acabar com um jejum de cinco temporadas sem títulos. Um gol de cabeça do camaronês Samuel Eto´o assegurou o 1 a 1 e o primeiro triunfo daquele Barça de Frank Rijkaard e do craque Ronaldinho Gaúcho. Um título que deu uma guinada no momento decadente que vivia o clube. Acabou com a instabilidade institucional, com o entra e sai de treinadores e recuperou a filosofia de jogo implementada por Johan Cruyff no início dos anos 90.

Temporada 2010/11. O Barça volta ao mesmo estádio  em Valência, seis anos depois, em busca de um empate contra o Levante para conseguir  pela segunda vez na sua história um tricampeonato espanhol. Um gol de cabeça de Seydou Keita garantiu o 1 a 1 e o terceiro título nacional consecutivo do técnico Pep Guardiola, de Lionel Messi e de toda uma geração de craques que cada semana escreve um novo capítulo na história do futebol..

Qualquer semelhança em ambas as histórias não é mera coincidência, com exceção do papel coadjuvante do Levante. Guardiola aprendeu do próprio Cruyff como jogar,

treinar e disfrutar desse esporte. Algo que Rijkaard revitalizou e o mesmo Guardiola consagrou. É o mesmo método e demonstra que persistir com um estilo vencedor é sinónimo de títulos. É inevitável. O mais complicado é atingir essa elegante superioridade em todos os aspectos, como a que tem o Barça dos dias atuais.

É o nono título de Guardiola em três anos como treinador profissional. A quinta Liga do Barça nos últimos sete anos. O império culé segue intacto, blindado. Um projeto que pode ganhar mais força se triunfa na final da Champions League diante do Manchester United, no próximo dia 28 de maio. Justo em Wembley, onde toda essa história começou. Foi ali que o Barça ganhou sua primeira Liga dos Campeões, com Cruyff como técnico. Um círculo vitorioso que pode completar-se com a consagração definitiva da identidade esportiva do clube catalão.