O presidente da CONMEBOL, Nicolás Leoz, é um dos acusados neste caso de corrupção revelado pela BBC. Foto: Juan Barreto

Três membros do Comitê Executivo da FIFA, que tiveram voto nas eleição desta quinta-feira em Zurique (Suíça), para decidir as sedes das Copas de 2018 e 2022, aceitaram em 1990 subornos que somam um total de 76 milhões de euros, segundo revelou na última segunda-feira o programa ´Panorama´, da rede de televisão britânica BBC.

Os nomes dos três diretores correspondem ao presidente da Conmebol, o paraguaio Nicolás Leoz; o chefe do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira e o camaronês Issa Hayatou. Segundo as investigações da BBC, eles receberam dinheiro de uma empresa de marketing esportivo (ISL) que gestionava a venda dos direitos audiovisuais das competições da FIFA e que faliu em 2001 como uma dívida aproximada de 300 milhões de dólares.

Pouco antes da emissão do documentário da última segunda-feira que mostrava as averiguações da equipe do programa, a BBC adiantou no seu site e no noticiario do seu canal alguns detalhes descubertos após ter acesso a um documento confidencial. Nisso, incluia uma lista de 175 pagamentos supostamento recebido pelos três dirigentes.

Além disso, a BBC destacou que a FIFA recusou os pedidos do programa ´Panorama´ para entrevistar alguns dos dirigentes relacionados com essas acusações. Até agora, nenhum dos três envolvidos no caso de corrupção –

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, também está envolvido no escândalos dos subornos.

Leoz, Teixeira e Hayatou – responderam as acusações do programa.

Caso encerrado?

Por culpa da quebra da ISL, em março de 2008, a Confederação Sulamericana de Futebol (CONMEBOL) considerou o assunto ´fechado´ e reafirmou que Leoz já tinha negado sua participação ou qualquer implicação nesse caso. Entre as averiguações dos repórteres da BBC, também aparecem alguns informes com evidências sobre a possibilidade de um quarto dirigente da FIFA tenha seguido involucrado no negócio da revenda de entradas para a Copa do Mundo.

Muitas críticas à BBC

A rede de televisão británica BBC recebeu inúmeras críticas nas últimas semanas pela decisão de emitir o documentário justamente três dias antes da FIFA escolher as sedes das Copas de 2018 e 2022, em Zurique. Para o mundial de 2018, a Inglaterra competia com a candidatura ibérica (Espanha e Portugal), com a dupla Bélgica-Holanda e com a individual da Rússia. Para 2022, os candidatos eram: Austrália, Estados Unidos, Japão, Qatar e Coréia do Sul.

O primeiro-ministro británico, o conservador David Cameron, que viajou a Zurique para defender a candidatura da Inglaterra, manifestou no domingo passado sua preocupação diante da emisão desse documentário. Entretanto, acreditava que os membros da FIFA que votariam nesta quinta-feira pudessem entender que o Reino Unido é um país libre que conta com uma “imprensa independente e sólida”. O curioso é que a Inglaterra acabou ficando sem a Copa. A FIFA escolheu a Rússia como sede para 2018 e o Qatar, para 2022.