13/03/2013 0 Barça 4-0 Milan. Outro triunfo histórico de um estilo único. Foto: Manu Fernández AP/AE Levo quase uma década cobrindo a atualidade esportiva do FC Barcelona e posso afirmar que já tinha visto esse time fazer quase de tudo. Nesse período, tive o privilégio (e a sorte) de desfrutar três títulos da Champions Lague, dois Mundiais de Clubes, cinco Ligas Espanholas (rumo à sexta), duas Copas do Rei, entre outras Supercopas e afins. Mas ainda faltava viver um momento como o da última terça-feira, no estádio Camp Nou, em Barcelona. A goleada épica sobre o AC Milan por 4 a 0 foi a ´cereja do bolo´, algo muito mais amplo que uma sonhada virada histórica, que uma simples vaga nas quartas-de-final da Champions League. Foi a consagração de um estilo. Um forma diferenciada de jogar futebol que já entrou para o Olimpo do esporte mais popular do planeta e quebrou todos os recordes imagináveis. Uma identidade iniciada com Johan Cruyff, recuperada por Frank Rijkaard e elevada ao patamar de arte por Pep Guardiola. Uma filosofia que consiste em controlar o jogo, se mover em blocos, atacar com defesas e defender com os atacantes. Sempre com movimentos suaves e precisos como se tratasse do Circo do Sol ou do Ballet Bolshoy ao ritmo de algo como a Filarmônica de Berlim…ou qualquer outro da sua preferência. Um jogo absorvente que controla o espaço e o tempo. Onipresente. Cujos protagonistas sempre encontram o momento adequado para culminar a sua mais recente obra-prima. E no qual os adversários se resignam a ser meros coadjuvantes correndo sem esperanças atrás de uma bola imaginária. Bastaram três jogos ruins para surgirem vozes críticas que anunciavam o fim de um ciclo. Que fazia falta uma reformulação profunda. Tolos. Renovação em algum tempo, sim. É lei de vida. Reformulação, jamais. A única reformulação que essas vozes deveriam fazer é na sua decadente maneira de ver e apreciar o futebol. Os gols de Messi, de Villa e de Alba contra o Milan convidam os ´hereges´ futebolísticos a refletir melhor antes de soltarem blasfêmias informativas sem sentido e pobres em argumentos. O estilo do Barça em campo e, principalmente, fora dele, custou muito trabalho e levou anos para consolidar-se. Mas está aí e nenhum outro rendeu tantas glórias de uma forma tão sublime na história do futebol moderno. É só comprovar e seguir comprovando já que tudo indica que a etapa de conquistas, recordes e glórias está longe de terminar. Tags: camp nou, champions league, fc barcelona, messi, Milan, Noite mágica